Relevo Brasileiro
Morfologia da Superfície Terrestre
Texto relacionado: Estrutura Geológica do Brasil
O relevo terrestre tem como suas principais formas as montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.
Clique, veja e trace perfis em ArcGIS Viewer do relevo de cada região no mapa mundi.
- Montanhas – São formas de relevo que apresentam maior altitude. Quanto à origem, há montanhas de dobras, de falhas, vulcânicas e de erosão. Quanto à idade podem ser antigas e recentes. Muitas vezes, as montanhas formam cadeias com quilômetros de extensão que chamam-se cordilheiras.
- Planalto – Superfície elevada mais ou menos plana, delimitada por escarpas, onde o processo de desgaste ou degradação supera o de deposição de sedimentos. Entendemos por escarpa, uma rampa ou aclive que surge nas bordas de planaltos e serras. Os planaltos apresentam feições de morros, serras, colinas, chapadas e escarpas.
- Planície – É uma extensão de terrenos mais ou menos planos, onde os processos de agradação, ou seja, de acumulação de sedimentos, superam os de desgaste ou de degradação.
- Depressão – Área ou porção do relevo que – por processo erosivo – se situa abaixo do nível do mar (depressão absoluta) ou dos terrenos que a circundam (depressão relativa).
Formas de relevo. Fonte: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil. 4ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2004, p. 335.
Relevo Brasileiro
Os mapas mais antigos são dos professores Aroldo de Azevedo (definiu conceito de planalto e planície pelas cotas altimétricas) e Aziz Ab´Sáber (definiu conceito de planalto e planície pelos processos de erosão e sedimentação), mostrados respectivamente abaixo.
Baseando-se nas classificações do professor Aroldo de Azevedo (1949), do professor Aziz Ab´Sáber (1962) e nos mapas e relatórios elaborados pelo projeto Radam-Brasil, o professor Jurandyr Ross propôs em 1989, uma nova divisão do relevo brasileiro composto por 28 unidades, divididas em onze planaltos, seis planícies e onze depressões (vide figura que segue).
As unidades do relevo conforme prof. Jurandir Ross, 1989, unidades morfoesculturais. Fonte: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil. 4ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2004, p. 334. (Clique na imagem para uma melhor visualização em outra aba/janela).
Planaltos
Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas superfícies erodidas. Podemos considerar alguns tipos gerais (use o mapa que segue para situar a hipsometria geograficamente):
- Planaltos em bacias sedimentares, como o da Amazônia Oriental (nº1 no mapa anterior) e os das bacias do Parnaíba e Paraná (nºs 2 e 3 respectivamente no mapa anterior). Podem ser limitados por depressões periféricas, como a Paulista, ou marginais, como a Norte-Amazônica (nº13 no mapa anterior).
- Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma (escudos). São formações antigas (dobramentos, serras) da Era Pré-Cambriana, que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares como os planaltos residuais Norte-Amazônicos, também chamado de planalto das Guianas (nº5 no mapa anterior).
- Planaltos em núcleos cristalinos arqueados, com formas arredondadas, estão isolados e distantes como o planalto da Borborema (nº10 no mapa anterior).
- Planaltos dos cinturões orogênicos. Originados pela erosão desde a Era Pré-Cambriana. As serras do Mar, Mantiqueira e Espinhaço são exemplos desse tipo de planalto (dentro do nº7 no mapa anterior).
Mapa do Brasil hipsométrico. Fonte: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil. 4ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2004, p. 334. (Clique na imagem para uma melhor visualização em outra aba/janela).
Depressões
Nos limites das bacias sedimentares com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na era Cenozóica (8,5 milhões de anos), e dividem-se em periféricas (região de contato entre estrutura cristalina e sedimentar, como a Sul-Rio-Grandense – nº22 no mapa anterior de Ross), marginais (bordas das bacias sedimentares, como a Sul-Amazônica – nº13 no mapa anterior de Ross) e interplanálticas (mais baixas que os planaltos circundantes, como a Sertaneja e do São Francisco – nº19 no mapa anterior de Ross).
Planícies
Porção menor do território na classificação do professor Ross. Dividem-se em costeiras (no litoral – nº28 no mapa anterior de Ross) e continentais (interior do continente como a planície do Pantanal – nº26 no mapa de Ross).
Observe os três perfis de pedra na figura abaixo e cruze as informações com o mapa anterior do relevo brasileiro (hipsometria/altitudes).
Fonte: Guia do Estudante: geografia. Terra (velha) à vista! São Paulo: Abril, 2009, p. 31.
Referências:
ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil. 4ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2004.
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de. RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia. São Paulo: Ática, 2003.
Guia do Estudante. Geografia. São Paulo: Abril, 2009.
MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil. 2.ed. São Paulo: Harbra, 2003.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. 5.ed. rev. e ampl. São Paulo: EDUSP, 2005.
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia do Brasil. São Paulo: Moderna, 2009.
17 de março de 2011 às 8:28
Parabéns pelo Blog. Muito bom!!!!
17 de março de 2011 às 17:38
Adorei o seu site.
Através dele consegui dirimir inúmeras dúvidas inerentes a geofísica, todavia uma dúvida persiste. O que é planaltos residuais?
21 de março de 2011 às 14:50
Obrigado Rudan!
Planaltos residuais são intrusões vulcânicas da era pré-cambriana que foram menos suscetíveis à erosão. Característicos de climas mais secos, os inselbergs são exemplos de planaltos residuais.
Veja uma foto de exemplo: inselberg em Quixadá, Ceará http://www.flickr.com/photos/raul_fritz_images/4023410316/sizes/m/in/photostream/
1 de junho de 2011 às 23:20
gostaria que o senhor destacasse qual os planaltos, as planícies, as serras e os dobramentos mais importantes e capazes de cair em um concurso, ouço muito falar no planaldo do borborema que sei que é em pernambuco, serra da canastra, serra da mantiqueira, Gostaria de saber os principais em cada estado. aguardo resposta, se puder gostaria que a lista fosse enviada pro meu e-mail. ex: PERNAMBUCO – PLANALTO DO BORBOREMA, BAHIA – CHAPADA DIAMANTINA. GATOBA26@HOTMAIL.COM
2 de junho de 2011 às 19:16
Marcio,
Não envio material por email (desenvolvi esse blog para postar minhas pesquisas e escritos).
A resposta que quer é quase infinita.
Por exemplo: que concurso? Vestibular? Concurso público? Federal? Estadual? Municipal? De que região do país? Cidade?
Cada concurso tem uma especificidade a depender da região que o faça. Ministro aulas em Brasília no Ensino Médio, Graduação e Pós-graduação, portanto, estou familiarizado com vestibulares, e mesmo assim nem todos os que acontecem no país.
Os planaltos que você citou são assuntos bem corriqueiros, assim como Serra do Mar no Sudeste, planaltos Meridional, Central e das Guianas, planícies costeira, amazônica, do pantanal etc. Mesmo assim me parece que a melhor resposta será dada por um professor que trabalhe na sua cidade em cima do concurso que quer prestar.
Espero ter ajudado. Cordialmente,
3 de julho de 2011 às 0:12
Tem a possibilidade de ocorrer questões regionais.
Vestibular Uefs (questões da região nordeste ou do Estado da Bahia por exemplo);Concursos municipais estudar a Geografia do município (não vai cair questão de concurso, por exemplo, da cidade do Rio de janeiro relacionada ao relevo de Fortaleza)
3 de julho de 2011 às 22:14
Marcio,
Não conheço o vestibular da Uefs, mas no caso de vestibular há possibilidade de cair eventos associados à região. No caso de concurso público municipal sua lógica procede, mas também depende muito do orgão que oferece o concurso (IBAMA, MMA, INCRA por exemplo aprofundam um pouco mais nas questões de geografia do Brasil).
5 de julho de 2011 às 20:51
muitas coisas boas, minha professora vaii adoraar parabéns adoreii […] obrigada geobau
6 de julho de 2011 às 23:22
Sinta-se a vontade na navegação você e sua professora, Catharine.
Eu é que agradeço a visita!
17 de novembro de 2011 às 20:14
Nossa faz muito tempo que fiz uma pergunta, o senhor respondeu, e não agradeci.
Muito obrigado professor.
3 de abril de 2012 às 18:50
quero saber sobre os terrenos estaveis vcs poderiam me falar ??
3 de abril de 2012 às 21:30
“Escudos Cristalinos ou Núcleos Cratônicos são rochas magmáticas muito antigas, das eras Pré-Cambriana e Paleozóica (entre 900 milhões e 4,5 bilhões de anos – veja tabela geológica na figura que segue). Sofreram forte processo erosivo, apresentando-se desgastadas e com baixas altitudes (também são os mais estáveis do ponto de vista tectônico). Ex: Escudos das Guianas, Brasileiro, Canadense, Siberiano e o Guineriano.” Fonte: http://marcosbau.com/geobrasil-2/estrutura-geologica-do-brasil/
11 de abril de 2012 às 22:21
Por que ter uma sedimentação maior que o desgaste e vice versa, é relevaante para a definição de planalto e planíciev?
13 de abril de 2012 às 11:48
Porque a erosão e a sedimentação definem os conceitos de planalto e planície.
15 de abril de 2012 às 10:14
Como faço pra achar o mapa do relevo de goias ?
15 de abril de 2012 às 17:19
Veja nesse link: http://biblioteca.uol.com.br/atlas/mapa.htm?GO
17 de abril de 2012 às 19:34
fala professor, tranquilo?só não entendo a diferença entre intemperismo e erosão,seria o intemperismo um tipo de erosão?.
17 de abril de 2012 às 21:11
Sim Jonathan. Intemperismo é a erosão que desagrega a rocha e forma as camadas do solo.
19 de abril de 2012 às 19:11
Nota 1000
22 de abril de 2012 às 17:39
Professor, vi no livro do Paulo Moraes que nas Depressões o processo de erosão também supera o de sedimentação, porém não entendi como isso é possível tendo em vista que Depressões são regisões rebaixadas! Socorro!
24 de abril de 2012 às 21:24
Jonas,
Conforme Dr. Antônio José Teixeira Guerra existem aproximadamente oito formas de composição de depressão e independente de ter sedimento ou não, as depressões se caracterizam por serem áreas mais rebaixadas que os terrenos circundantes. Portanto, o livro do Paulo Roberto está certo, mas só cita a forma predominante de formação.