Eventos climáticos no Brasil – Aquecimento global
Segundo os cientistas, se a temperatura sobe 2 graus, sistemas de chuvas e secas já se alteram, mas as formas de vida que conhecemos ainda conseguem se adaptar. Com uma elevação de 5 graus, o clima da Terra entra em colapso. Isso exterminaria a agricultura e a pecuária em boa parte das zonas tropicais, inundaria cidades litorâneas e tornaria freqüentes os furacões em quase todos os oceanos, inclusive o nosso Atlântico Sul.
No intervalo de tempo de 650 mil anos, a Terra atravessou meia dúzia de eras glaciais e esquentou entre elas. Mas o calor que virá agora pode ser maior que o de qualquer desses períodos. O aquecimento já começou. Em 1905, quando a atividade industrial era menor, a temperatura média do planeta era de 13,78 graus Celsius. Hoje, está em torno de 14,50 graus. Até o fim do século, vai crescer para algo entre 16,50 e 19 graus – numa estimativa conservadora.
Estudos realizados por pesquisadores nos últimos meses já revelam o que pode acontecer com nosso país. ÉPOCA ouviu 12 dos principais cientistas que descrevem os impactos sobre nossa geração e a de nossos filhos. Não são previsões infalíveis. Vide resumo em quadro e mapa abaixo.
O que o aquecimento global poderá fazer com o país nos próximos 100 anos
Se nada for feito, a geografia do brasil poderá ter mudanças drásticas até o fim do século, segundo estudos recentes que apontam os possíveis impactos de um aumento de temperatura entre 2 e 5 graus Celsius no país. As ameaças mais graves são danos à agricultura, o desaparecimento de boa parte dos cardumes de nossa costa e a desertificação do Nordeste. Além disso, o litoral das regiões Sul e Sudeste poderia entrar na rota de furacões.
1 – A Amazônia pela metade • A região oriental da floresta, mais vulnerável a mudanças climáticas, poderá secar. A grande savana da Venezuela formaria um corredor com o Planalto Central brasileiro – o que afetaria o regime de chuvas nas regiões Sul e Sudeste• A área remanescente poderá ter menos espécies de árvores, de tronco mais fino • Entre 60% e 70% da floresta de hoje poderá virar uma vegetação com árvores menores e menos diversidade, como uma mata de capoeira |
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2 – Um deserto no Nordeste• Os depósitos de água subterrâneos, que alimentam poços na região do semi-árido, poderão secar. Uma área de 900.000 quilômetros, 15,7% do território nacional, poderá virar um deserto
• Cerca de 32 milhões de pessoas do agreste do Nordeste e de Minas Gerais poderão ter problemas de falta d’água. Isso aumentaria a migração para as cidades do litoral nordestino e do Sudeste • Com menos chuvas, as hidrelétricas gerariam menos energia |
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3 – O fim do milagre da soja• A escassez de chuvas deverá prejudicar a produção de grãos no cerrado
• A área plantável de soja (foto) seria reduzida em até 60%, mesmo com a irrigação. O aquecimento também favorece o aumento das pragas, como a ferrugem asiática • Extensos períodos de seca e pouca chuva afetam os ciclos das águas no Pantanal. Espécies como o tuiuiú e a arara-azul poderão sumir |
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4 – O litoral mais pobre • O aumento da acidez na água dos oceanos é uma ameaça às espécies que formam conchas, como as ostras. Também afetará crustáceos, como camarões, caranguejos e lagostas • 80% das espécies migratórias, como tartarugas e baleias (foto), poderão ser extintas por alterações nas correntes marítimas, redução da oferta de alimentos e desaparecimento de praias • Deverá haver extinção de 90% das espécies comerciais dos mares. Espécies como atum e salmão são as primeiras na lista de extinção. Outras, como a garoupa, sofrerão com a destruição de manguezais e corais, importantes no ciclo de reprodução |
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5 – Mais chuvas e tempestades• Com o aumento do calor, o Sudeste deverá ficar inadequado para o plantio de café e frutas como maçã e pêssego
• A quantidade de água que cai no Sudeste não vai diminuir. Mas as precipitações deverão se concentrar em períodos menores. Haveria grandes temporais e períodos de seca irregulares • Cerca de 60% do que restou da Mata Atlântica deverá desaparecer |
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6 – Furacões nas grandes cidades • Rio de Janeiro e Recife deverão ser as cidades mais afetadas pela elevação do nível do mar. Erosões na costa litorânea poderão afetar cerca de 42 milhões de pessoas• O aumento da temperatura no Oceano Atlântico poderá trazer ciclones extratropicais ao litoral do Sul e Sudeste, inclusive São Paulo e Rio de Janeiro. Furacões como o Catarina, que assolou Santa Catarina em 2004, poderão se tornar comuns nessas regiões • A garoa paulistana deverá acabar • Os refugiados da Amazônia e do semi-árido também deverão levar doenças endêmicas para os centros urbanos. As doenças causadas pela água contaminada, como a leptospirose, poderão aumentar com as enxurradas |
Fonte: Adaptado de Revista Época em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG76861-5990-463-1,00-COMO+O+AQUECIMENTO+GLOBAL+VAI+AFETAR+O+BRASIL.html
Abaixo vídeo elaborado pelo Greenpeace sobre o aquecimento global no Brasil
18 de maio de 2010 às 11:18
O homem acaba com o mundo e nao ve que ele esta acabando com ele mesmo assim nao da pra viver.