O Brasil vai exportar petróleo?
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Alvo constante de especulações, o combustível fóssil mantém preços altos, enquanto as reservas mundiais se aproximam do limite. Na contramão, o Brasil descobre enormes jazidas.
Depois de comemorar, em novembro de 2007, a descoberta do campo petrolífero de Tupi (que a partir de 2013 deve tomar o Brasil exportador de petróleo) e, dois meses depois, anunciar a descoberta da jazida de Júpiter (que pode tornar o país auto-suficiente em gás natural), a Petrobras veio a público reclamar de um furto de informações considerado ato de espionagem industrial. No fim das contas, a Polícia Federal considerou que foi apenas um simples roubo de laptops.
Mesmo que tenha havido certo exagero, faz sentido a paranóica preocupação da Petrobras em manter um sigilo estratégico sobre as novas frentes de extração de petróleo e gás. Afinal, a descoberta do campo de Tupi, na bacia de Santos, a 180 quilômetros do litoral paulista, é considerada a maior já feita no país.
O novo campo tem potencial de produção entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, respectivamente cerca de 50% ou 60% das reservas brasileiras atuais, que são de 14 bilhões de barris. O petróleo encontrado é leve, de melhor qualidade do que aquele que o Brasil explorou até agora, e por isso seu valor comercial é maior.
O problema é que ele está a 6 mil metros abaixo da superfície, sob uma placa de sal – chamada camada pré-sal. Isso significa que serão necessários grandes investimentos na exploração da jazida. A instalação de um poço em águas ultraprofundas pode custar até 4 bilhões de dólares, quatro vezes mais do que se estivesse em águas profundas. A Petrobras pretende começar a extrair petróleo de Tupi em 2013 e considera que a região tem enorme potencial – estudos futuros devem chegar a outros campos que, juntos, poderão produzir até 70 bilhões de barris.
Na mesma região, foi encontrada em janeiro a jazida de gás natural de Júpiter. Não se sabe ainda sua grandeza, mas estima-se que seja similar à de Tupi, já que ambas têm áreas semelhantes, cerca de 1,2 mil quilômetros quadrados. Se essa informação for confirmada, o novo campo tornará o Brasil auto-suficiente em gás.
Petrobras entre as 20 maiores
O Brasil atingiu em 2006 a autosuficiência em petróleo, com a produção de 1,8 milhão de barris por dia. Essa noticia significa, de forma simples, que o Brasil produz todo o petróleo de que precisa. Na prática, é um pouco mais complicado, pois o país continua a importar petróleo – ao mesmo tempo em que exporta. Isso ocorre porque parte do que é extraído aqui não é do tipo mais adequado às nossas refinarias. Assim, é preferível comprar fora o que mais nos convém e vender nosso petróleo para refino em outros países. Numa definição mais precisa, a auto-suficiência significa que os ganhos com a exportação de petróleo hoje ainda não são maiores do que os gastos com a importação. Em resumo, a alardeada auto-suficiência divulgada pelo governo em 2006 estava mais ligada à reeleição presidencial de Lula do que ao superávit na balança petrolífera propriamente dita. A Petrobras afirmou que a tão esperada (e avisada antes da hora) auto-suficiência virá em 2014 (fonte: Folha de São Paulo).
Antes da descoberta do campo de Tupi (veja figura que segue), calculava-se que o Brasil possuísse reservas consideráveis para manter a auto-suficiência até 2020, mesmo com uma previsão de aumento do consumo de 3% ao ano.
Reserva Tupi no pré-sal. Fonte: Fonte: Revista atualidades vestibular, 2009, p. 53.
Esse resultado é fruto de meio século de trabalho da Petrobras, criada em 1953 para desenvolver a indústria petrolífera no Brasil. A empresa é, atualmente, a sétima maior do planeta em produção e a sexta em volume de reservas. No conjunto das companhias petrolíferas, destaca-se entre as 20 maiores. A maior parcela de extração brasileira ocorre em solo marítimo (veja figura que segue) por meio de plataformas, e a Petrobras tornou-se uma das líderes mundiais na tecnologia desse tipo de exploração.
Escassez
Essas notícias ganham mais importância para o Brasil se considerarmos que em todo o planeta cresce a preocupação com o acesso às fontes de energia, em especial ao petróleo e ao gás natural. O petróleo – e seu congênere, o gás natural – responde por mais de 50% da energia consumida no globo. Em segundo lugar vem o carvão natural, com 23,2%. Somente depois, bem atrás, aparecem a energia nuclear (6,5%) e a hidrelétrica (2%).
Para os meios de transporte, o petróleo é disparado o principal combustível. Cerca de 96% dos veículos existentes no planeta são movidos com derivados do petróleo, como a gasolina, o óleo diesel e o querosene. O petróleo é usado também na geração de eletricidade, além de servir de matéria-prima para uma infinidade de produtos, como plásticos, fertilizantes e tecidos sintéticos. Sua falta pode provocar a estagnação da economia mundial, como ocorreu em 1973, no “choque do petróleo”. Naquela ocasião, a Arábia Saudita e outros produtores árabes suspenderam as remessas para os Estados Unidos e para países europeus, em represália ao apoio ocidental a Israel na Guerra do Yom Kippur. O fornecimento foi logo estabelecido, mas a preços muito superiores (um aumento de 800% em poucos meses), o que provocou uma recessão global.
Preço do petróleo relacionado com as crises, guerras e revoluções.
Combustível do poder
Em contrapartida, os governantes de países com grandes reservas de petróleo, como a Federação Russa, o Irã e a Venezuela, têm mostrado uma disposição crescente de fazer uso desses recursos para ampliar sua influência política internacional. Em 2006, o presidente da comissão de relações exteriores do Senado norte-americano, o republicano Richard Lugar, enfatizou a importância estratégica do petróleo, observando que “o poder de coerção energética é equivalente a um ataque nuclear”. Com apenas 2% das reservas mundiais e 5% da população do globo, os EUA consomem 25% de todo o petróleo produzido no planeta (veja figura que segue).
Em 2006, o mundo gastou mais de 80 milhões de barris de petróleo por dia. De acordo com as projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo continuará crescendo, sem parar, a uma taxa anual de 1,7% nos próximos 25 anos. Nesse ritmo, em 2030 o mundo precisará de 121 milhões de barris diários para atender a suas necessidades de energia — 50% a mais do que atualmente.
Grande parte desse aumento de consumo é causada pelo elevado crescimento econômico de países emergentes, como a índia e, sobretudo, a China. Até 1993, a China era um país auto-suficiente em combustíveis. Em 2006, se tornou um respeitável importador e, desde então, tem ampliado seu consumo de petróleo a uma taxa de 3,4% ao ano – o dobro da média mundial. O principal motivo para a expansão tão vigorosa é o aumento na venda de carros. A China possui o mercado de automóveis que mais cresce no planeta, com uma frota que cresce 9% ao ano.
A maioria dos especialistas e as próprias empresas estão convencidas de que, mantidos os atuais padrões de consumo, as reservas disponíveis de petróleo não darão conta da demanda no médio prazo. Como confirmou a multinacional ExxonMobil, num relatório de 2005, o nível global das reservas de petróleo está diminuindo desde a década de 1960. Atualmente, cerca de 100 campos de petróleo são responsáveis por metade da produção mundial. Todos eles, no entanto, foram descobertos entre a década de 1940 e a de 1970. Nenhum campo de tamanho comparável apareceu desde esse período. Outras regiões exportadoras surgiram – a Ásia central e a costa ocidental da África -, mas elas não chegam a 6% dos estoques globais. A realidade é que só se descobre um barril de petróleo para cada quatro que são extraídos e consumidos.
Estratégias de controle
Teoricamente, o subsolo do planeta ainda possui petróleo para o consumo durante, no mínimo, um século – cerca de 1,2 trilhão de barris, de acordo com o relatório de 2006 da multinacional British Petroleum. O problema é que essas reservas incluem os combustíveis não convencionais, como o petróleo extrapesado da Venezuela, as areias betuminosas do Canadá e as reservas em locais de acesso extremamente difícil, em alto-mar e debaixo das calotas polares. O gasto para extrair esse petróleo é tão alto que seus preços ficarão inacessíveis.
A queda dos estoques petrolíferos disponíveis traz sérias conseqüências políticas e econômicas. Quanto mais escasso é o petróleo, mais importante se torna, do ponto de vista das grandes potências, garantir o controle das grandes regiões produtoras. É por isso que o Oriente Médio, onde se situam quase dois terços das reservas comprovadas de petróleo, ocupa o centro do tabuleiro geopolítico mundial. Um dos objetivos prioritários da política externa norte-americana, desde o choque de 1973, tem sido assegurar o domínio sobre o Oriente Médio. Não é segredo que a grande motivação para a Guerra do Iraque – com seu gigantesco custo econômico, político e humano para todos os envolvidos – é a determinação do governo norte-americano de controlar o território sob o qual se encontra a segunda maior reserva de petróleo do mundo, atrás apenas da existente na vizinha Arábia Saudita.
China na disputa
Os analistas estão convencidos de que o cenário internacional nas próximas décadas será dominado por uma luta por recursos energéticos cada vez mais escassos. Um protagonista central dessa disputa é a China, considerada o mais sério candidato a desafiar a hegemonia mundial dos EUA num futuro não muito distante.
Os dirigentes chineses, nos últimos anos, têm procurado estreitar os laços econômicos e militares com países produtores de petróleo cujos governantes desenvolvem políticas contrárias aos interesses de Washington, como o Irã e a Venezuela_ Dessa forma, a China aumentaria as chances de garantir o fornecimento de petróleo na hipótese de um confronto com os EUA e seus aliados.
Enquanto isso, o Brasil amplia seu cacife. Torna-se um promissor produtor de biocombustível e continua a descobrir jazidas de petróleo. Desse jeito, no futuro, talvez possa ganhar bastante virando um país exportador de petróleo como nos mostra a figura que segue.
27 de abril de 2010 às 11:03
O Brasil exporta Gás Natural?? Qual a relação de produção x exportação?
Ainda não produzimos gás suficiente para atender nossas necessidades??
Grato,
Ernani
27 de abril de 2010 às 23:09
O Brasil importa cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás natural da Bolívia por ano, pelo gasoduto que começa em Santa Cruz de La Sierra e chega até o Estado do Rio Grande do Sul.
Com o pré-sal tudo indica que ficaremos auto-suficientes também em gás natural Ernani.
5 de novembro de 2011 às 13:13
Prezado prof. Marcos Brandão,
Esses dias estive olhando a “dinâmica” da distribuição de gás natural (leia-se o mapa dos gasodutos) na América do Sul e me parece que a questão da autosuficiência é relativa, pois considerando as diversas utilizações do gás natural e sendo o produto importado barato o suficiente, o Brasil não aparenta estar muito focado em buscar a autosuficiência (e também não tem muita gente para quem exportar aqui na própria América do Sul, suponho eu, a não ser que faça uma guerra de preços).
Quanto à aproximação por parte da China de países produtores de petróleo com alinhamento político antiamericano como Irã e Venezuela em preparação para um possível (talvez até provável) embate com os EUA, mas que me***, hein? Dois países com bombas atômicas, é o fim do sossego para qualquer um nesse nosso planetinha, principalmente o povo do hemisfério norte.
6 de novembro de 2011 às 9:54
Olá Rodrigo,
Para entendermos melhor esse processo energético, o Brasil tem uma dependência de importação de 10,4% do total de energia consumida no país e os destaques de importação estão para a energia de Itaipu que dividimos com o Paraguai e para o gás que importamos da Bolívia pelo gasoduto que sai de Santa Cruz de La Sierra e passa pelos Estados do MS, SP, PR, SC e RS (importante ressaltar que todo o litoral brasileiro até o Ceará está interligado ou por se interligar em gasodutos que já somam mais de 7.000 km). O gás natural ocupa 10,2% da nossa matriz energética.
O gás tem crescido desde 1998 (de 3,7% da matriz passou a 10,2% hoje), mas não é o nosso foco principal como matriz energética. O que responde por esse crescimento são as hidrelétricas como as que estão sendo construídas dentro do PAC brasileiro: Belo Monte (Rio Xingu no PA), Girau e Santo Antônio (Rio Madeira em RO).
Quanto ao embate com os EUA, a guerra cambial já está acontecendo desde a crise do subprime norteamericano de 2008, mas temos que separar o comércio internacional dos possíveis conflitos nucleares. Exemplo disso é o discurso do Chavez (e do próprio Jintao) serem contra o modelo de capitalismo americano, mas no campo comercial o capital circula como nunca entre eles (Venezuela comos petrodólares e China com tecnologia americana nas ZEEs), por isso não acredito em fim do sossego por ameaça nuclear. Esse fim do sossego pode vir pelo guerra da acumulação de capital. Vide caso grego e dos PIIGS na crise do euro que serve como um bom exemplo.
Até a próxima visita por aqui!
7 de novembro de 2011 às 0:04
Prezado prof. Marcos,
Terá a globalização trazido como vantagem a mitigação da ameaça nuclear? Alguns analistas consideram como esperada essa mudança de eixo econômico do ocidente para o oriente, o que na minha modesta opinião pode sugerir que as nações estejam orbitando gradualmente mais perto de um ponto de equilíbrio. Mas sou pessimista caso a crise se alastre a ponto de vermos potências nucleares em situação econômica verdadeiramente precária, principalmente as mais ideologicamente radicais (e observando as discussões partidárias nos EUA, me pergunto quais não são).
13 de junho de 2010 às 0:24
O Brasil no momento mais importa ou exporta petróleo?
Com essa nova descoberta do pré-sal o governo Lula está com o intuito de convencer a população mundial dos benefícios de importar biocombustível brasileiro. E também atualmente a Petrobras vem investindo bastante na produção e publicidade do biocombustível, como ”combustível ecologicamente correto e economicamente satisfatório”.
Quais são os benefícios que o Brasil afinal terá com o pré-sal??
Aguardo Respostas!
Obrigada
13 de junho de 2010 às 10:55
Carine,
O Brasil desde 2006 tornou-se autosuficiente em petróleo e apesar de importar esse produto, a quantidade que exportamos é superior fazendo com que nossa balança comercial seja favorável. Segundo o site http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=16607 “O principal item exportado em maio último [2010] foi o petróleo com US$ 1,7 bilhão, um crescimento de 175,4%.” Em barris, dados da Unicamp em 2007 informam que “O Brasil importou 21,125 milhões de barris em julho e exportou 21,217 milhões. Com isso, o saldo líquido ficou em 92 mil barris […] A importação líquida de petróleo e derivados ficou em torno de 10 milhões de barris mensais no período de janeiro a julho.”
Apesar da importância do petróleo (principalmente depois do pré-sal descoberto em 2007), não esquecemos outras matrizes mais limpas e o maior programa do governo Lula é o etanol (aqui tenho um post para melhor entendimento http://marcosbau.com/591/).
A importância do pré-sal é ter aproximadamente 50 bilhões de barris com um grau API alto (petróleo mais fino que rende mais derivados), o que significa um petróleo de melhor qualidade do que já extraímos na camada pós-sal e podemos virar só exportadores, pois importamos porque o grau API não nos permite a transformação na quantidade de derivados que precisamos (principalmente diesel e gasolina).
Enfim, podemos figurar entre os principais exportadores de petróleo do mundo (equivalente a países como a Rússia e a Venezuela). Para um melhor entendimento do processo petrolífero peço-lhe que dê uma olhada no texto, nos gráficos e nos comentários desses dois links que seguem
http://marcosbau.com/geobrasil-2/entenda-o-pre-sal/
http://marcosbau.com/geobrasil-2/historico-do-petroleo-foco-no-brasil/
Espero que com essa resposta, mais os posts você tenha sanado a sua dúvida!
Até a próxima visita!
14 de junho de 2010 às 19:05
Marcos Brandão,
Muitíssimo Obrigada pela resposta!..me ajudou muito, pode deixar
que vou sim dar uma olhada nos sites citados. Qualquer duvida que eu tiver volto aqui!
Atenciosamente
Carine Urban
30 de dezembro de 2010 às 12:45
Valeu Bau. Ótimo blog. parabéns!
2 de abril de 2011 às 18:50
Parabéns pelo Blog.
Muito bom mesmo
Nunca tive essa aula na escola, especialmente eu que sempre estudei em escola pública.
Você deve saber como ensino no Brasil é deficitário na qualidade e no nível mínimo de conteúdo.
Valeu mesmo…….
3 de abril de 2011 às 7:45
Obrigado Adailton! Gostaria de saber de onde você tecla…
Sei do ensino deficitário da escola pública, mesmo porque ministrei aulas por muitos anos nas escolas estaduais de Salvador, mas luto contra essa desigualdade e um dos intuitos desse blog é levar informação, inclusive para os que não tem condição de adquirir um livro didático tão caro como é no Brasil (não sei se é o seu caso, mas sabemos que a maior parte dos alunos das escolas públicas não possuem condição financeira para adquirir todos os livros do Ensino Médio – algumas editoras produzem livros mais baratos com menos conteúdo e o Estado fornece, porém, isso reflete diretamente na defasagem do aluno da particular em relação à pública).
Eu é que mais uma vez agradeço a visita e o convido para navegar em outros assuntos…
24 de abril de 2011 às 17:10
Parabéns pelo blog. Estou usando seus ótimos posts para preparar uma palestra sobre petróleo.
Obrigada
24 de abril de 2011 às 20:27
Obrigado Ana Paula!
16 de agosto de 2011 às 16:17
Olha acho que quando você cita que, “a auto-suficiência significa que os ganhos com a exportação de petróleo hoje são maiores do que os gastos com a importação.” você comete um equivoco, uma vez que há um déficit na balança. Ocorre porque o petróleo exportado pelo Brasil é do tipo pesado, de menor valor de mercado, e o país ainda precisa importar o petróleo leve, que é mais caro.
O Brasil exportou 158,1 milhões de barris, com receita de US$ 13,6 bilhões. Mas também importou 147,9 milhões de barris, ao custo de US$ 16,3 bilhões.
Acho que vale ressaltar esta observação!
Parabéns pelo Blog.
16 de agosto de 2011 às 21:44
Obrigado Marina. O conteúdo foi (re)pesquisado e reescrito.
17 de agosto de 2011 às 21:52
Po amigo eu estou no 1° Ano do Ensino médio técnico em Petróleo e gás, tem como você me dar dois exemplos de países que tenham o °API médio(entre 22 á 30) Obrigadooo ! 😀
17 de agosto de 2011 às 23:10
Itallo,
Além do pré-sal brasileiro (28API), segundo a Istoé, países com petróleo leve de API médio (entre 22 e 30) é produzido em países como Arábia Saudita, Nigéria, Argélia, Dubai e Catar.
Eu é que agradeço a visita. Até a próxima!
21 de agosto de 2011 às 16:10
a minha professora comentou em sala de aula que o brasil nao ocupa o petroleo brasileiro,que a gente só importa petroleo! eu gostaria de saber qual é a verdade sobre o petroleo? porque a gente nao pode ocupar o nosso petroleo? e da onde a gente importa
obrigada
21 de agosto de 2011 às 16:54
Eu é que agradeço a visita Karen.
Não entendi direito o que você quis dizer com “ocupar o petróleo”, mas se for sinônimo de produzir/extrair temos uma produção de aproximadamente 2 milhões de barris/dia (petróleo pesado que rende menos derivados, por isso temos que importar uma quantidade de petróleo mais leve).
O Brasil importa petróleo leve dos países da OPEP (principalmente a Arábia Saudita), Congo, Guiné Equatorial e Argentina.
23 de agosto de 2011 às 17:42
Olá Marcos, te parabenizo pelo blog.
Quais os maiores países em exportação? Qual colocação o Brasil estaria? Daqui à 2020 o Brasil se tornaria o principal exportador de Petróleo?
23 de agosto de 2011 às 22:17
Obrigado Larissa,
Maiores países em exportação são esses no gráfico desse link: http://www.aspo-portugal.net/Images/OilExports/Exporters.png
Hoje o Brasil está em 17º lugar na exportação de petróleo. Se o Pré-sal for extraído o que se estima (entre 30 e 50 bilhões de barris), em 2020 nosso país pode passar a estar entre os 10 maiores exportadores de petróleo do mundo.
23 de agosto de 2011 às 17:52
Tem como me explicar o biocombustível no Brasil. abraço
23 de agosto de 2011 às 22:20
Ainda não escrevi post sobre esse assunto, mas indico-lhe uma primeira leitura no link abaixo.
http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+IM-PRESS+20080229STO22603+0+DOC+XML+V0//PT
Abraço
6 de setembro de 2011 às 20:24
OLÁ! MUITO BOM O BLOG… GOSTARIA DE SABER PQ O BRASIL NÃO REFINA O PROPRIO PETROLEO? SE ELE NÃO É ADEQUADO, NÃO TERIA UMA FORMA DE ADEQUÁ-LO OU CRIAR UMA OUTRA REFINARIA AO INVEZ DE EXPORTÁ-LO? QUAIS PAÍSES REFINAM O PETROLEO BRASILEIRO? E COMO se REFINA O PETROLEO???
GRATA… Amanda Yumi
7 de setembro de 2011 às 9:43
Obrigado Amanda,
Conforme a Revista Superinteressante o Brasil “importa um quinto do óleo que vai para as nossas refinarias. O ponto é que existem basicamente dois tipos de petróleo: os chamados leves, dos quais é mais fácil extrair gasolina e outros derivados nobres, e os pesados, mais densos, bons para fazer asfalto e combustível de máquinas. E apenas 6% da nossa producão se encaixa no grupo dos leves. Isso não significa que o Brasil só é auto-suficiente em asfalto, claro. Dá, sim, para extrair bastante gasolina a partir de óleo pesado. A diferença é que sai mais caro. E tem outra: a maior parte das nossas refinarias é configurada para processar óleo leve. O governo as construiu antes que nossas grandes reservas de óleo pesado começassem a ser exploradas, nos anos 90.” (http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_452998.shtml) Hoje estamos construindo refinarias para processar esse óleo mais pesado (http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/perfil/atividades/refino/)
Como se refina o petróleo: http://www.slideshare.net/newmenjr/refino-de-petroleo
Ps: na próxima dúvida favor escrever em caixa baixa.
18 de setembro de 2011 às 15:43
Excelente Blog Sr. Marcos, estou no 8º semestre em administração de empresas e o penúltimo estudo de caso, está a Petrobrás! Por isso temos de alinhá-la com temas sobre inovação, gestão do conhecimento, importação, novas tecnologias, etc. Seu blog foi de grande valia nesse contexto, pois trouxe informações importantes para nosso estudo para essa prova de amanhã, obrigado por ser um agente compartilhador de conhecimento na internet, vejo isso como um dom e disposição a ajudar outros a aprender coisas que você domina e que poderia guardar para si, mas ao contrário reparte com outras pessoas, Deus abençoe sua vida sempre!
18 de setembro de 2011 às 19:08
Muitíssimo obrigado Rogério! Sua mensagem é de emocionar e o que escreveu resume a ideia central desse blog e o que penso da minha vida como professor. Acredito e defendo que todas as pessoas têm um papel social. Esse é o meu.
Boa sorte na prova e idem para a vida!
25 de outubro de 2011 às 14:10
OLá Marcos, gostei mto do seu blog, sou estudante de comércio exterior e estamos fazendo um trabalho onde o tema é Exportaçao e importação de petróleo, vc tem algum material que possa nos ajudar?
Desde ja agradeço e parabéns pelo blog!!!
25 de outubro de 2011 às 15:56
Eu é que agradeço pelas palavras e visita Deborah!
Quanto à ajuda, te indico uma vasta bibliografia sobre petróleo feita pelo Lucas Kerr Oliveira que é especialista no assunto e administrador dos dois blogs que indico.
20 de novembro de 2011 às 19:39
QUERIA SABER QUEM DECIDE O PREÇO DO PETROLEO NO BRASI L?
27 de novembro de 2011 às 10:01
Além do Governo Federal (Agência Nacional do Petróleo junto à Petrobrás) uma série de fatores econômicos da conjuntura internacional desde o controle dos oligopólios até os ligados às leis da oferta e da procura.
Leia esse texto para entender melhor: http://politicaeconomicadopetroleo.blogspot.com/2010/12/quem-determina-o-preco-do-petroleo.html
5 de dezembro de 2011 às 23:47
Boa noite,
Na atualidade o Brasil é auto-suficiente de petróleo mas mesmo assim ainda importa?, porque?
Meu professor da faculdade perguntou, qual o motivo do Brasil ainda importar petróleo se o mesmo ja é auto-suficiente e qual a porcentagem da importação?, é possível me dar fontes mais recentes dos numeros (% de importação) e do motivo?
Aguardo,
Obrigado
Vinicius Brito
6 de dezembro de 2011 às 5:50
Olá Vinicius,
Leia novamente no texto o que está escrito sobre a auto-suficiência e importação. Esta última acontece “porque parte do que é extraído aqui não é do tipo mais adequado às nossas refinarias. Assim, é preferível comprar fora o que mais nos convém e vender nosso petróleo para refino em outros países. Numa definição mais precisa, a auto-suficiência significa que os ganhos com a exportação de petróleo hoje ainda não são maiores do que os gastos com a importação. Em resumo, a alardeada auto-suficiência divulgada pelo governo em 2006 estava mais ligada à reeleição presidencial de Lula do que ao superávit na balança petrolífera propriamente dita. A Petrobras afirmou que a tão esperada (e avisada antes da hora) auto-suficiência virá em 2014.”
As fontes mais recentes que tenho informam que “o Brasil já exporta petróleo. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2008 o Brasil exportou 158,1 milhões de barris, com receita de US$ 13,6 bilhões. Mas também importou 147,9 milhões de barris, ao custo de US$ 16,3 bilhões.” Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_brasil_bric_energia.shtml
Espero ter sanado sua dúvida.
6 de dezembro de 2011 às 12:37
Boa tarde Marcos Brandão, muito obrigado pela atenção e retorno.
Preciso dar uma resposta bem objetiva para o meu professor, voce poderia por favor me ajudar com relação a isso.
A pergunta dele foi:
Porque o Brasil se diz auto-suficiente em petróleo e ainda importa petróleo?, por favor formaliza uma resposta para mim responder para ele amanhã…na verdade irei responder para ele e para toda a sala, estou no 8 semestre de ciência contábeis, terminando o curso.
Se caso tiver referências mais atuais tipo de 2010 / 2011 é melhor ainda, confesso que esse professor é meio enjuado….rs
Aguardo,
Muito obrigado
Vinicius
6 de dezembro de 2011 às 13:54
Está respondido abaixo Vinicius, mas sendo o mais direto e sucinto possível: “porque parte do que é extraído aqui não é do tipo mais adequado às nossas refinarias. Assim, é preferível comprar fora o que mais nos convém e vender nosso petróleo para refino em outros países.”
7 de março de 2012 às 21:07
Professor, gostaria de saber se com o posicionamento recente de querer se tornar grande exportador de petróleo, o Brasil não corre o risco de estar na contramão do movimento mundial em busca de fontes de energias mais limpas e renováveis?
9 de março de 2012 às 14:09
De certa forma sim Luana, mas não é só o Brasil que está nesse processo contraditório. Pense nos maiores emissores dessa combustão pela queima de combustíveis fósseis (China e EUA). Portanto, chegamos às contradições em que vive o mundo capitalista, isto é, prega uma coisa (energias mais limpas nesse caso), mas vive a realidade de outra (exploração de petróleo continuará dando muito dinheiro).